UMA JANELA PARA UM CORNO

Desde quando aconteceu com o apoio de Neuri Cordeiro a estréia do quadro "A hora do corno"no programa Bola e Viola pelo canal 9 de Marilia,temos tratado a questão do corno,não como objeto de gosação,mas sim como um problema social e o corno como pessoa.
Recentemente,eu estava em um dos Supermercados de nossa cidade,quando um senhor se aproximou de mim ,se apresentou e me perguntou se era eu que fazia o personagem compadre Adão,ao responder que sim,ele me convidou para sair do Supermercado e ir até o seu veículo no Estacionamento porque tinha uma coisa muito importante para me falar.
Ao entrarmos no veículo,ele me confessou até emocionado que descobriu a sua condição de corno a uns quatro meses e já havia pensado várias vezes em suicidio,só não cometeu porque faltou coragem para tal.Disse-me ainda que ele ama demais essa mulher e não está preparado psicológicamente para carregar os cornos na cabeça,já não consegue trabalhar como antes,não dorme mais e não tem vontade de se alimentar.Olhando para mim,pediu:"compadre Adão por favor me ajude a acabar com esse sofrimento e a dor que estou sentindo por dentro,eu esperava qualquer dia te encontrar para ter essa conversa em off."
Ainda disse que não sabe como isso aconteceu,sendo que ele sempre foi "um cara legal" com todo mundo.Após ouvir com atenção tudo o que tinha a me falar eu me lembrei que Freud,o pai da Psicanálise já dizia que todo o corno é um cara legal (volto futuramente a falar sobre isso nesta coluna)e em relação a dor de corno,eu concordo porque a sensação de dor é real,quando alguém se queixa de dor,na verdade essa pessoa está sentindo a sensação da dor,mas o sofrimento é voluntário,ou seja é criado pela nossa mente,é a nossa mente que interpreta aquela dor como sofrimento,assim ensina a neurolinguística.
Usei como exemplo o animal,o cachorro sente a sensação da dor da fome.caso ninguém o alimente por vários dias,esse animal morre no lugar mas sem sofrimento,porque a mente dele não é capaz de interpretar aquela dor como sofrimento,só a mente humana é capaz de criar o seu próprio sofrimento.
O senhor após me ouvir,me olhou bem nos olhos,sorriu e me agradeceu apertando a minha mão,voltamos para o Supermercado mas naquele momento tive a certeza que estava diante de mim,um homem mais confiante e disposto a lutar e vencer o seu proprio sofrimento...Com licença, vou fechar a janela.

0 comentários:

Postar um comentário